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"100 milhões de startups surgem por ano no mundo"

Surgem em média uma nova empresa para cada 70 habitantes no planeta ao ano. E mais impressionante: desses 100 milhões de concorrentes entrantes, metade segue funcionando depois de cinco anos. Embora a maioria talvez não esteja ligada diretamente a tecnologia, nada impede que isso acontece em algum momento.

“É simples: estamos vivendo em um mundo repleto de empreendedores”, resume Andrew Humphries, fundador da The Bakery, consultoria com sede em Londres e escritórios em várias partes do mundo. Entre os mais recentes está o de São Paulo, desde o ano passado. Como utilizar essa força empreendedora para acelerar a inovação dentro das grandes empresas foi o tema da sua apresentação durante o CIO LAB realizado na quarta-feira na Casa Charlô em São Paulo. Mais de 120 líderes de tecnologias de grandes empresas acompanharam o evento do Experience Club.

Energia empreendedora dentro e fora das grandes empresas pode ser canalizada para acelerar a cultura inovadora na organização.

Andrew contou como a consultoria nasceu há sete anos, quando ele e seus sócios refletiram sobre o momento pelo qual passava o mercado naquele momento. Havia uma enorme movimentação de aceleradoras e incubadoras procurando investidores e clientes. “Só que ninguém estava olhando para o outro lado, o que as grandes organizações estavam precisando”. The Bakery surgiu para suprir essa necessidade e ajudar no “match” entre as empresas tradicionais e possíveis parceiros e até mesmo oportunidades de investimento em meio ao oceano de startups disponível no mercado.

O que mudou nesse período, na avaliação do consultor, é que o acesso ao capital mudou rápido. “O custo para se montar uma empresa caiu muito, por isso é uma grande oportunidade para as empresas irem ao mercado em busca das soluções para os seus problemas de negócios”. Em resumo, há mais inovação disponível para quem tiver a visão e as ferramentas certas.

“É por isso que eu vejo CIO em transição para a função de Chief Innovation Officer. Cabe a ele liderar o processo de inovação dentro da companhia a partir de um ecossistema disponível no mercado”, destaca Andrew.

Qual é o problema?

Um problema recorrente entre CIOs e as empresas em geral quando o tema é inovação está no foco primário na tecnologia e não nos objetivos. Enquanto as lideranças discutem sobre blockchain ou inteligência artificial, falta aquela pergunta: qual é o problema que pretendemos resolver, afinal? “Partindo dessa premissa, é possível ir ao mercado e encontrar uma série de novas tecnologias em desenvolvimento por empresas diferentes”, diz Andrew.

Papel do CIO evolui para se converter em um Chief Innovation Officer

Ele citou o problema prático de um cliente, a Mondelez, que estava em busca de elemento que pudesse substituir a proteína whey em seus chocolates, cujos custos estavam em disparada. A solução surgiu de uma startup alemã que desenvolveu uma farinha feita a base de frutas que eram rejeitadas pelos supermercados por não terem mais a apresentação “perfeita”. A solução reduziu custos e tornou o produto mais sustentável. “O que ninguém sabia é que o engenheiro fundador da startup havia sido um funcionário da Mondelez”.

A moral dessa história, para o fundador da The Bakery, é as organizações precisam aprender a extrair o máximo do espírito empreendedor das pessoas, sejam elas colaboradores, parceiros ou fornecedores. Essa mudança, segundo ele, traz oportunidades especialmente para o contexto brasileiro.

“Eu venho sempre ao país já faz alguns anos e fico feliz em saber por pesquisas que dois terços dos jovens recém-formados pensam em empreender. Essa é uma força enorme que pode ser muito bem aproveitada”.

Texto: Arnaldo Comin

Foto: Marcos Mesquita/Experience Club

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