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Prepare-se para não ser mais o líder

Por Ricardo Natale*.


Os métodos administrativos que têm se mostrado mais bem-sucedidos me levam a deduzir que o CEO do futuro será o que promoverá a descentralização.

Há numerosas técnicas gerenciais novas que nos orientam cada vez mais a pensar diferente para resolvermos os problemas comuns do dia a dia corporativo e a formarmos times mais colaborativos, com crescente participação de todos os envolvidos e compartilhamento de decisões.

Uma dessas técnicas que tem me impressionado sobremaneira foi apresentada no CEO Now, realizado pelo Experience Club de 8 a 10 de abril. Em um dos momentos mais marcantes do evento, César Gon, CEO da CI&T, trouxe, ao vivo de Londres, Julian Birkinshaw, professor de empreendedorismo da London Business School.

Birkinshaw é autor do best-seller “Fast/Forward”, um dos livros de gestão mais importantes dos últimos tempos, no qual descreve um modelo chamado adhocracia, cujos fundamentos proporcionam um sistema de gestão descentralizado e orientado para a ação, que permite que as organizações sejam mais experimentais, ágeis e prosperem nas tendências aceleradas.

As empresas que adotam o método organizacional Fast/Forward, idealizado pelo professor Julian Birkinshaw, têm uma vantagem evolucionária: estão preparadas para o futuro. Elas demonstram a necessidade de decisões e orientação de ações críticas rapidamente. O foco está sempre no futuro e utiliza o passado como referência, construindo conexões emocionais que não estão baseadas apenas em big data.

A adhocracia é o oposto da burocracia e a evolução da meritocracia. No modelo da adhocracia, a ação é privilegiada, nestes quatro pontos fundamentais:

1. Em que condições o modelo é apropriado? Quando há altos níveis de imprevisibilidade.

2. Como as atividades são coordenadas? Em torno de um problema ou oportunidade.

3. Como são tomadas as decisões? Por experimentação: tentativa e erro.

4. Como as pessoas são motivadas? Com objetivos estendidos e reconhecimento por alcançá-los.

Em equipes altamente colaborativas, as organizações que conseguem aplicar as características da adhocracia enxergam oportunidades com mais rapidez, ganham agilidade e eficácia, além de detectarem com mais facilidade os talentos dos colaboradores.

A CI&T, comandada por César Gon, aposta na adhocracia desde 2017. Com 6 mil funcionários no mundo, é especializada em ajudar outras empresas na jornada de transformação digital. Para isso, dividiu-se em growth units: times com no máximo 400 colaboradores reunidos em uma estrutura de liderança menos hierarquizada. Há mais liberdade de atuação com o perfil enxuto de soluções na oferta de serviços.

Essas experiências têm me convencido de que o líder do futuro será o que promoverá a descentralização. Isso já vem ocorrendo na prática com as DAOs (sigla em inglês para Organização Autônoma Descentralizada), que são a representação digital de uma organização baseada em blockchain.

Um exemplo já em curso no Brasil é a AlmaDAO, formada por nomes como Rony Meisler (Reserva), Rapha Avellar(Adventures), Robson Harada (Itaú Unibanco), Laio Santos (Rico Investimentos), Helio Diogo (Futuro), David Politanski (Google), entre outros. Foi criada para apoiar projetos para impulsionar e popularizar o conceito de Web3 no País.

“Somos 28 cabeças pensando juntas e colaborando. Em vez de delegar o poder a um guardião, da remuneração à participação, não há ditadores nas decisões”, explica Ivan Pereira, vice-presidente do Mind Lab e da eduK.

Em 7 de junho, O Experience Club trará luz sobre o que existe de mais novo sobre metodologias de gestão e aceleração. Sob o tema “Os impactos do modelo de gestão lean”, realizaremos o Sprint Experience.

Teremos três visões inovadoras e complementares:

Lívia Brandini, CEO da Kultua, uma startup especializada em change management, novos modelos, novos formatos, em reorganização de empresas.

▪ Fernando Miranda, vice-presidente do Nubank, um grande case que envolve compra de empresas, remodelo do plano de negócios, de um cartão para um banco completo.

Tiago Mattos, CEO e cofounder da Aerolito, um ecossistema de alfabetização para futuros.

Neste evento, realizado para associados, patrocinadores e convidados, vamos trazer conhecimento, ferramentas e uma nova visão de como os líderes devem tocar suas empresas e planejar os novos modelos de gestão, não só de pessoas, mas da própria estratégia do negócio.

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