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Oito insights sobre o futuro do marketplace

Shopping como serviço, venda de tempo e diversificação do sourcing estão no horizonte próximo do setor de marketplace. E o CEO da empresa tem papel fundamental na contratação de talentos digitais para transformação dos negócios e eficiência do e-commerce. Estas e outras tendências foram apontadas por Mariano Faria, founder da VTEX, em entrevista para o Experience Club, direto de Londres (assista ao vídeo da LIVE O Poder do MarketPlace). A empresa atua há mais de 20 anos, com operações em 32 países.

Para o especialista, a pandemia da Covid-19 pode deixar um legado para o setor, como aconteceu em outras crises. “O e-commerce na Ásia explodiu depois da Sars. Isso (a atual pandemia) vai deixar muito legado, não tanto pela digitalização da população, mas pela quebra do paradigma e do mindset”.

O cenário surge como uma oportunidade para o Brasil, cujo varejo reagiu à crise de forma rápida graças ao DNA de “engenharia barata e criativa” e às centenas de boas agências. “O Brasil pode e deve dar um step forward e se autodenominar uma das maiores regiões digitais do mundo”, destaca.

Confira 8 insights sobre o marketplace extraídos da entrevista com Mariano Faria. [Assista também ao vídeo e mergulhe no assunto]:

 

1- Talentos digitais – “As empresas que estão navegando bem na crise têm talentos digitais internos. Já aquelas que estavam tentando qualificar mão-de-obra, estão patinando. Talento é o ouro desta nova reação que vem pela frente. Como o digital é uma ciência empírica, com o profissional formado no campo durante 3 ou 4 anos, não tem formação suficiente para atender à demanda que antes era só de empresas de tecnologia e depois vieram agências, varejo e agora as indústrias.Todo mundo está brigando pelo mesmo profissional”.

2- Economia de tempo – “A pandemia veio nos lembrar de um ativo escasso que vem sendo vendido há 10 anos: o tempo. Empresas de tecnologia, como Uber, AirBnb, Kayak e Booking já fazem isto e novas formas de ‘vender tempo’ vão acontecer. Ativos que vão entregar mais conveniência vão ganhar força, como social selling, agendamento de horário, otimização de marketing fora de Google e Facebook etc. Os vendedores que estão ociosos em lojas físicas podem fazer vendas via Instagram ou Whatsapp e virar atendentes, por exemplo”.

3- Diversificação do sourcing – “Muitos clientes globais ficaram à beira do colapso por causa de sourcing. Não dá para depender 100% da China, é preciso diluir a capacidade produtiva em outros países para minimizar riscos. Neste contexto, Polônia e México vão surgir como opções na Europa e América Latina”.

4 – Soluções integradas – “As empresas vão começar a vir do cliente para o produto, é uma área de ‘purchase’ e não de ‘sell’. Esta mudança também será através da tecnologia, com um único software para gerenciar a relação do varejo com o cliente final. É o que estamos chamando de ‘solution as a service’, sem a necessidade de uma área de TI muito grande porque os contratos com ‘solution as a service providers’, como, por exemplo, Mercado Livre, já resolvem a logística, o pagamento, a aquisição de cliente etc. O caminho é esse: ter menos estrutura de headcount no varejo, com vários serviços terceirizados e a gestão de contratos entre provedores”.

5- CEO participativo – “O varejo tem que se tornar 10% a 15% mais eficiente todo ano para a conta fechar. E o CEO tem que estar à frente do balcão, entrevistando pessoas do digital. Enquanto a função for marcar reunião com gente importante, não vai dar certo”.

6 – De mall a service – “O futuro dos shoppings é o service, com estrutura de drive thru, picking e check in. Quem ainda tem o paradigma de ganhar o fixo de aluguel e percentual de venda, está com a cabeça fechada”.

7 – Das marcas para o consumidor – “As marcas vão ao consumidor e o varejo vai ao produto. Isso é a era pós-Amazon. Já tem marca com mais de 50% em volume B2C. Essas marcas conseguem segurar o fluxo de caixa do varejo, já que não impede que o varejo venda, porque ela também vende no marketplace do varejo. 100% das 100 maiores indústrias brasileiras estarão operando B2C nos próximos 2 ou 3 anos”.

8 – Comércio colaborativo – “Qualquer marca para fazer algo colaborativo tem que olhar para baixo, mapear onde estão distribuídas as fontes para atender ao cliente. Se tem 10% da informação, é um problema. Com 50%, está bem. Mas com 100%, sabendo qual distribuidor, multimarca, franquia ou loja própria tem o seu produto para entregar, consegue fazer um projeto de ‘collaborative commerce’’.

 

Texto: Andrea Martins

Vídeo: Experience Club

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