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New School quer motivar jovens da periferia com educação pra "quebrada"

“Minha motivação é diminuir este cenário de desigualdade absurda. As pessoas estão passando fome e elas estão amargando uma situação em que não escolheram estar. Levar comida faz a diferença, mas isso tem validade e a educação não. Acredito que só a educação será capaz de libertá-las”.

Este é o pensamento que guia João Paulo Malara, 29, em seu projeto New School, que começou a ser idealizado por ele após a morte do irmão mais novo, Gabriel, que estava envolvido com o mundo do crime e acabou assassinado por um policial no dia de seu aniversário de 19 anos. 

O projeto New School, tanto o aplicativo, quanto o espaço físico, que oferece acesso a internet de qualidade, tem como objetivo ser um espaço de educação continuada. O lançamento nacional do app acontece nesta quarta-feira, dia 24, no primeiro Experience Lab de 2021, no qual se discutirá o futuro do trabalho (saiba mais sobre o evento e faça já a sua inscrição).

Este é um marco importante para a New School e a meta é atingir um milhão de downloads e alcançar mais jovens de periferias pelo Brasil. Por meio dele, os jovens podem acessar conteúdos curriculares e extracurriculares, como cursos que vão desde programação até fotografia, literatura e matemática, com um diferencial importante: uma linguagem gameficada feita pela quebrada para a quebrada. “É aí que está a diferença da New School. Não preparamos as pessoas para fazerem uma prova, mas para vida. Queremos gerar questionamentos e formar os líderes do futuro”, diz JP, como Malara é mais conhecido. 

O time responsável por fazer o projeto acontecer, entre profissionais contratados e voluntários, está dividido em algumas áreas, como a de P&D da Quebrada, grupo responsável por levantar dados e conteúdos de maior interesse da comunidade. Após debater, pesquisar e checar os conteúdos, o grupo faz um planejamento da aula, que é acompanhada, orientada e respondida por um especialista.

“Queremos apresentar o nosso projeto de educação para o outro lado do asfalto. A gente precisa de recursos financeiros, não dá mais para seguir no estilo Robin Hood. Queremos contratar mais jovens, melhorar a nossa tecnologia, produzir mais aulas e levar para outro patamar o nosso alcance”, afirma Malara.

O projeto social é apoiado pelo Experience Club e tem meta de captação de R$ 600 mil reais. As empresas que tenham interesse em adquirir cotas podem escrever para financeiro@experienceclub.com.br. Há ainda a possibilidade de adotar um aluno por meio do programa Educa Favela, pelo valor de R$ 29,90 por mês.

“Queremos revolucionar o sistema educacional do nosso país. Mostrar para a galera que está lá nas cadeiras tomando as decisões sobre a educação pública que do jeito que está não funciona. É um sistema educacional falido, que oferece um conteúdo ultrapassado, raso e numa linguagem que não conversa com os jovens”, diz Malara.

Texto: Luana Dalmolin

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