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Mais home, menos office: o novo normal da geração Z

Por Ricardo Basaglia

Promover um ambiente de trabalho mais leve, manter os colaboradores altamente engajados e, com isso, alcançar bons resultados, é o sonho de todo gestor. Porém, na prática, alguns obstáculos comuns e outros totalmente inesperados podem surgir pelo caminho trazendo novos desafios na gestão de pessoas. 

O cenário já era de mudança nas empresas quando a pandemia trouxe mais uma série de novos conflitos, contratempos e transformações em seus cotidianos. Tudo isso causou impactos nos métodos, demandas e estruturas de atuação.

Essa necessidade repentina de adaptação gerou opiniões interessantes e divergentes sobre uma questão: qual seria a melhor e mais produtiva maneira de realizar as atividades do trabalho? Seria no home office, no modelo híbrido ou totalmente presencial?

As respostas são as mais variadas possíveis, pois estamos falando de pessoas, com cargos, gêneros, idades, áreas de atuação e experiências diferentes. Em uma recente pesquisa, realizada pelo PageGroup em conjunto com a PwC, foi possível notar como esses fatores podem impactar diretamente na organização das equipes.

Por exemplo, a geração Z, como são conhecidos os jovens nascidos a partir dos anos 2000, são os mais adeptos ao trabalho totalmente remoto, alcançando mais da metade dos respondentes da pesquisa. Já entre os baby boomers, profissionais nascidos entre 1945 e 1964, um em cada cinco prefere trabalhar de casa na maioria dos dias.

Os números variam ainda mais em outros quesitos, como gênero. Identificamos que entre as mulheres da geração Z, 43% acreditam que há um aumento significativo na produção no trabalho híbrido ou remoto. Já os homens da mesma faixa etária que pensam desta maneira somam 22%.

Isso confirma uma tendência que o mercado já observa e que as empresas terão de considerar no momento de contratarem profissionais com menos idade. Definitivamente, há uma preferência dos jovens pelo modelo home office.

A busca por qualidade de vida, por estar conectado a um ambiente familiar, que proporcione conforto e bem-estar, podendo ter flexibilidade de horários e manter a dinâmica do dia a dia são algumas das razões dos profissionais mais novos desejarem esse estilo de trabalho.  

Mesmo assim, é preciso considerar que não só da geração Z vive a força de trabalho de uma empresa. Por isso, vale um conselho aos gestores. Paciência, sensibilidade e empatia são ingredientes fundamentais nesse processo, pois cada área, cada setor e, sobretudo, cada empresa, tem as suas particularidades.

Fato é que não existe apenas um método de trabalho e os líderes precisam se atentar a isso. É importante entender: quais atividades são mais produtivas quando realizadas de forma remota? A equipe responde bem desta maneira? Há um consenso sobre isso? Há estrutura suficiente para realização do trabalho de casa? O gestor está preparado para este modelo?

Essas são algumas das reflexões que podemos fazer em busca de respostas que auxiliem no desenvolvimento de estratégias benéficas tanto para os colaboradores quanto para as empresas.

Vamos pensar nos chefes à moda antiga, onde somente o líder falava e nada era debatido, apenas obedecido. Esse tipo de pensamento já não cabe mais atualmente. As empresas necessitam de opiniões e ideias plurais.

A escolha do local de trabalho também faz parte disso. Jovens e mulheres da geração Z e baby boomers, cada um tem seus pontos de vista sobre suas rotinas de trabalho.

Por isso, a definição do melhor e mais produtivo modelo não se dá do dia para a noite, nem em decisões singulares, com os líderes sendo os donos da razão. Seja híbrido, remoto, ou presencial, a escolha não é uma receita de bolo.

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