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Healthtechs têm explosão de demanda por soluções à distância

Health

Serviços digitais de atendimento à saúde ganharam um impulso inesperado com o avanço da pandemia de coronavírus no Brasil. Em um momento muito difícil para a população, o aumento da demanda vai acelerar a compreensão de como deve ser cada vez mais a medicina do futuro.

O impacto imediato está sendo percebido pelas healthtechs que oferecem produtos e atendimento à distância. A procura por serviços multiplicou em questão de dias e deve crescer muito mais ao longo dos próximos meses em que é esperado o pico da contaminação pelo Covid-19.

A Telavita, por exemplo, é uma plataforma de psicoterapia online que conecta profissionais de saúde e pacientes em todo Brasil. No lugar do consultório ou divã, as consultas com psicólogos acontecem por meio da tela do computador ou do smartphone. São mil atendimentos por mês, mas a expectativa é chegar a 10 mil até o final do ano, de acordo com Milene Rosenthal, psicóloga e sócia- fundadora da Televita, ao lado dos sócios Andy Bookas e Lucas Arthur de Souza.

“Com o coronavírus tivemos aumento de tráfego na plataforma e solicitações. Esperamos um crescimento de 50% em março”, comenta Milene. Mas não é só a pandemia que impulsiona os negócios da startup. Segundo a fundadora da Televita, problemas de saúde mental já são o terceiro motivo de afastamento do trabalho no Brasil.

O assunto vem chamando a atenção de operadoras de saúde, como a Care Plus, que fechou contrato com a Telavita no final de 2019 para oferecer psicoterapia online no convênio de empresas. “Estamos a caminho de fechar com um grande laboratório farmacêutico também”, conta Milene, destacando o crescimento da demanda do setor B2B pelo serviço e contrato com outras empresas. Com as parcerias, a Telavita faz a gestão de 200 mil vidas e projeta chegar a 2 milhões em dezembro.

Fundada em 2016, a startup já recebeu US$ 1 milhão de investidores-anjo. Com 300 profissionais cadastrados, a empresa se remunera com um valor entre 15% e 30% do valor da sessão dos psicólogos, dependendo do contrato com o colaborador, e não cobra mensalidade para o profissional usar a plataforma.

O próximo passo é ampliar o atendimento para outras áreas na saúde mental, como psiquiatria. Mas para isso, precisam esperar a regulamentação da telemedicina no Brasil. Uma resolução aprovada para liberação da modalidade pelo Conselho Federal de Medicina no ano passado foi revogada na sequência. “Com a questão do coronavírus, este debate deve ser levantado com urgência”. A psicoterapia online é permitida pelo Conselho Federal de Psicologia desde 2018.

DELIVERY DE SAÚDE

Outro setor de healthtechs que tem chamado a atenção em tempos de pandemia é o de venda de produtos médicos online com entrega domiciliar e oferta de profissionais de saúde perto de casa. A startup Suprevida lançada no início de 2019 com investimento de R$ 1 milhão atua nestas duas áreas e ainda disponibiliza conteúdo de saúde na plataforma.

Com a chegada do coronavírus ao Brasil, as vendas de produtos como álcool gel e máscaras dispararam na plataforma. Só o produto para higienizar as mãos e objetos teve crescimento de 400% nos pedidos e as máscaras acabaram.

“Além de pessoas físicas, o álcool gel passou a ser comprado em grandes volumes por empresas para distribuição aos funcionários nos escritórios”, destaca Rodrigo Correia da Silva, CEO da Suprevida.

A plataforma tem 500 profissionais de saúde cadastrados, principalmente nas cidades de São Paulo e Porto Alegre, e oferece enfermeiros, cuidadores, nutricionistas e até médicos como os aplicativos de transporte: por geolocalização.

Com pré-pagamento feito online, a Suprevida disponibiliza o acesso a profissionais de saúde que estão mais próximos do endereço solicitado. O paciente pode continuar o tratamento sem precisar sair de casa, principalmente em tempos de epidemia. “O público é variado, de crianças a idosos, dependendo da indicação terapêutica”.

Desde setembro de 2019 mais de 400 clientes já solicitaram atendimento profissional. O crescimento orgânico mensal gira em torno de 30%. Segundo o CEO da startup, o coronavírus deve incrementar a área de produtos médicos e conteúdo da plataforma. “É uma oportunidade de conhecer uma forma diferente de consumir saúde”, relata Silva. 

Texto: Andrea Martins

Imagens: Unsplash e Reprodução

 

 

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