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Debate: o que o RH pode aprender com a startups disruptivas

Preconceito e medo são dois sentimentos que devem ser deixados completamente de lado para quem está determinado a ouvir Francisco Mello, CEO da Qulture.Rocks, e Luciano Meira, sócio-fundador da Joy Street. O primeiro está por trás da startup especializada em gestão de desempenho. Sua missão é levar crescimento para pessoas e empresas através de uma plataforma digital.

O segundo é Ph.D em educação matemática pela University of California at Berkeley (EUA) e mestre em psicologia cognitiva. Desde 2010, sua Joy Street trabalha no desenvolvimento de tecnologias educacionais lúdicas e utiliza estratégias de gamificação para desenhar e desenvolver ambientes digitais do ensino básico até a formação profissional.

Em um enriquecedor debate sobre recursos humanos e tecnologia moderado por Sandro Magaldi, autor do livro Gestão do Amanhã, durante o RH Week, evento realizado pelo Experience Club, nos dias 21 e 22 de maio, no Sofitel Jequitimar, no Guarujá (SP), eles falaram para 120 líderes de RH sobre novos caminhos para se trabalhar, dentre outros temas, a evolução dos talentos das empresas.

Para Luciano, é importante que os líderes das empresas desenvolvam capacidades para lidar com o risco e não evitá-lo. “Risco é a necessidade de gerenciar o emergente, o novo. E aprender é a capacidade mais interessante que você pode ter em um colaborador”, observa.

O primeiro a abraçar o “risco” deveria ser o RH das organizações, que precisa olhar o desconhecido de forma a aprender. Como diz Luciano, “encapsular a inovação” nos recursos humanos.

Um exemplo é o CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), que oferece um programa batizado de summer job. Por meio dele, jovens universitários de todo Brasil fazem uma imersão em trabalhos com engenheiros e designers para resolver problemas de grandes corporações como Samsung e Gerdau.

Jovens desenvolvem projetos para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Desafios são colocados ao longo do curso, em uma busca por soluções pragmáticas.

Luciano alerta ainda para um problema real, mas muitas vezes invisível nas empresas, que é a construção, ao longo do ano, de um arsenal de soluções que se acumulam na forma de plataformas tecnológicas. Elas custam muito dinheiro e, depois de um tempo, transformam-se em legados de tecnologias que nem fazem mais sentido para a realidade e os problemas das empresas. “É a favelização dos softwares que vão se amontoando, que não resolvem os problemas originais esquecidos nos processos.”

Dentre a série de recomendações de Francisco para os líderes de RH, a primeira refere-se à atitude. É preciso ser curioso, atento, inquieto e olhar para grandes exemplos mundiais como o do Google, cujo ex-VP de RH da gigante da internet escreveu o livro Work Rules!: Insights from Inside Google That Will Transform How You Live… , de Laszlo Bock. “Impressionante como a maioria ainda não leu o livro do gestor de RH da empresa mais falada do mundo. De lá, você vai tirar 20 ideias legais e simples”, recomenda.

Investir em novos conceitos é mais fácil do que parece. E há muitas tecnologias acessíveis para tornar processos de avaliação de desempenho do colaborador mais direto e assertivo. No fundo, o intuito é dar um foco maior no desenvolvimento do colaborador para melhorar seu desempenho.

Muito atento ao Vale do Silício, Francisco lembra que é de lá que vem muitas das inovações do mundo tecnológico. Aquelas fora da curva, que geralmente mudam modelos, processos e hábitos. Um lugar para se observar com o intuito de abrir a mente e aprender.

Texto: Françoise Terzian

Foto: Marcos Mesquita/Experience Club 

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